Quatro anos atrás, após muitos problemas pessoais, depressão, tendência à homossexualidade (em meus pensamentos) e uma crescente falta de fé em Deus, eu senti a necessidade de conhecer Deus.

Eu orava, chorando por meus pecados e pedindo a misericórdia e perdão do Senhor. E Ele respondeu. Ele me deixou conhecer a mensagem de salvação em Cristo e eu aceitei. Eu estava tão grato. Eu me encontrava sempre agradecendo ao Senhor por Seu amor e Sua salvação, perguntando a Ele, “Por quê você me salvou? Como você pôde ter me amado?”

Ele mudou minha vida e meus pensamentos. Ele removeu a depressão e a homossexualidade de mim e me deu grande paz e a alegria de chamá-lo de "Pai". Ele me fez nova criatura.

Alguns poucos dias depois, enquanto eu estava lendo a Bíblia, Satanás quase me convenceu de que eu não podia ser salvo por causa dos meus pecados do passado, mas o Senhor me ajudou. Dois dias depois, enquanto eu estava lendo Marcos 3:29 sobre o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo, eu lembrei que desde que eu era criança, pensamentos de blasfêmia contra o Senhor vinham à minha mente. Eu odiava aqueles pensamentos e não sabia o que fazer contra eles. Então, após ler aquela Escritura, eu fui logo convencido de que eu tinha cometido o pecado imperdoável.

A dor era horrível. Até aquele momento, eu sentia uma forte comunhão com o Senhor. Eu desejava seu amor e sua vontade mais do que tudo. Mas agora eu me sentia como uma criança rejeitada pelo seu pai. Eu não entendia que o Enganador estava tentando trapassear com suas mentiras, como ele mentiu para Jesus no deserto. Eu pensei que era o único Cristão na terra a ter este problema.

Eu não posso descrever adequadamente a minha angústia. Eu estava afundado em uma devastadora depressão, tormento, confusão. Eu chorei por semanas pedindo para Deus não me abandonar. Eu ainda o amava e podia de alguma maneira sentir que Ele não havia ido embora, mas era como se eu estivesse num bueiro e não pudesse entender o que estava acontecendo acima.

Lentamente eu me tornei amargo e furioso com Deus, mas eu me arrependia desta atitude sempre e sempre pedia para Ele me perdoar. Eu chorei muito, orando incessantemente, mas cada vez com menos fé do que antes. Os pensamentos de blasfêmia se multiplicavam e eu me sentia fraco. Minhas dúvidas sobre o amor de Deus cresciam. Parecia que Ele era um Deus que amava a todos, menos a mim.

Naqueles meses o Senhor me ajudou ao me deixar conhecer histórias de pessoas que tinham cometido graves pecados contra Ele e não foram abandonadas. Ele me deixou encontrar dois sermões, um de George Whitefield e outro de C.H. Spurgeon, que falavam sobre meu problema. Aqueles pensamentos que eu presumia serem somente meus problemas, foram claramente descritos como um ataque do inimigo.

Eu comecei a entender que eu não tinha sido rejeitado, mas estava apenas em uma provação espiritual. Eu pedi a Deus por perdão e ajuda. Os meses de ressentimento e amargura, porém, tinham enfraquecido minha fé. E quando aqueles pensamentos vieram de novo mais fortes e intensos, eu não pude aceitar que eles vinham de Satanás, mas de mim. eu concluí que meu coração devia estar desesperadamente amaldiçoado.

Então eu novamente cai em desencorajamento, descrença, depressão e choro. No entanto, eu continuei orando e pedindo ajuda de Deus, mas minhas orações eram meros lamentos que não tinham esperança da resposta de Deus. De vez em quando, eu compreendia que Deus não tinha me abandonado, mas então eu me lembrava de minhas irritações com Deus, minha falta de fé, minhas falhas e sentia que Deus não podia mais me aceitar.

Gradualmente, porém, o Senhor me ajudou e me restaurou. Mais uma vez eu pedi perdão.

Muitas igrejas no meu país são frias e eu não encontrava amor e uma boa doutrina nelas. Ano passado, o Senhor me mandou um irmão em Cristo que me convidou a visitar sua igreja. Eu senti o amor de Cristo naquele lugar e em todas as pessoas lá.

Eu me senti aliviado e entusiasmado, mas logo após eu não pude mais sentir a presença do Senhor. Eu me sentia vazio enquanto todos meus irmãos e irmãs em Cristo pareciam sempre alegres e radiantes.

Eu orava e procurava comunhão com o Senhor. Em raras ocasiões eu encontrava mas não durava muito. . .

Eu comecei a ver que parte do problema era que mesmo eu conhecendo as promessas de Deus e o que Jesus fez por mim, minha fé estava primariamente baseada em meus sentimentos, mais do que no que Deus tinha feito. Além disso, aquelas promessas tem se tornado para mim como “lei” (se eu fizer isso, Deus fará aquilo) como se suas promessas não fossem um presente imerecido.

Todas essas coisas entristeceram minha alma ao ponto de por algumas semanas eu ficar de novo com raiva de Deus e ainda achar que Deus era cruel com as pessoas, deixando-as sofrerem ao invés de salvá-las. Eu me arrependi daqueles pensamentos, porque eu sei que Deus é amor verdadeiro. Mas essa é outra falha que eu coleciono. Essas provas tem sido muito duras para minha pequena fé, então quando eu não sinto Sua presença eu facilmente esqueço de Sua ajuda e promessas e viro presa do inimigo de novo. Quando eu olho para os anos que passaram eu me sinto muito desencorajado e frequentemente me sinto como o povo de Israel de antigamente quando estavam no deserto e Deus tinha que abandoná-los lá por causa de sua descrença.

[Comentário de Grantley: É comum quando somos enganados a interpretar as atitudes de Deus negativamente. Na realidade, o Senhor não abandonou os Israelitas apesar de sua falta de fé. Ele simplesmente os manteve no deserto onde Ele continuou miraculosamente a observá-los.]

Às vezes eu imagino se Deus pudesse me perdoar e restaurar, e mesmo que eu saiba que Ele fez isso no passado, eu não tenho força para me levantar e orar com fé.

Então eu quase não pude crer nos meus olhos quando eu encontrei as páginas do Grantley sobre o pecado imperdoável e pensamentos de blasfêmia! Elas descreveram minha condição perfeitamente, comfortaram minha alma grandemente e finalmente me mostraram a saída. Eu pedi perdão ao Senhor e agora estou livre!

Como Christy, eu mantive meu problema em segredo. Eu nunca mencionei uma palavra para minha família, meus amigos, meu pastor, porque eu achava que ninguém entenderia. E a parte mais triste era que eu negava a mim mesmo a ajuda que eu tanto precisava. Eu não poderia carregar aquele peso sozinho e sem aquele suporte eu facilmente cairia nas mentiras de Satanás. Eu também comecei a achar que poderia ser uma forma de possessão demoníaca, que eu tinha perdido minha salvação e assim por diante. Como Christy, eu sei o que é ser mentalmente torturado, gritando a plenos pulmões e ser assolado por aqueles terríveis pensamentos. Às vezes até o pensamento de suicídio vinha a minha mente.

Apesar de tudo ter começado com aqueles pensamentos de blasfêmia, o problema lentamente se transformou quando eu sentia que Deus não poderia me perdoar. Eu sentia muita vergonha de buscar ajuda e me desprezava por minhas reações, descrença, murmuração, etc. E eu acreditava que o Senhor tinha me abandonado. Eu perdi muito porque falhei ao aplicar a mim as promessas especiais de Deus. Eu continuei pensando que elas se aplicavam somente às outras pessoas. Agora, eu sei que as promessas de Deus são para todos – até para mim.